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Poesias e músicas

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Poesia escrita em homenagem ao coletivo de mulheres negras "Não mais, não sinhô"

Não mais,não sinhô
Não mais, não sinhô
Não mais serei sua mucamba
não mais serei a ama seca
Que alimenta a boca dos seus
Enquanto morrem os meus
Sem direito,sem respeito
Não mais, não sinhô
Não mais serei a caça predileta
Exposta para exibição
E alegria dos seus
Não mais não sinhô
Não mais serei chacota
Pela cor da minha pele
Sua palavra não me fere
Meu escudo é de palha trançada
E afasta os vermes
Não mais, não sinhô
Não mais permitirei
Suas palavras zombeteiras
Sobre o crespo
O belo dos meus cabelos
Não mais não sinhô
Não mais, não mais
Não sinhô não sinhá
Não senhora
Mas digo sim sinhô
Sim sinhá sim senhora
A hora mais temida
Pra você é agora
Onde um Quilombo aflora
Em cada coletivo
Em cada sarau
Em cada coração
Que hoje tem a África
Nascida dentro de si
Não mais não sinhô
Não mais seremos seu cardápio predileto
Acostumados com seu resto
Não mais não sinhô
Não mais não sinhô
Não mais.

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